28 de fevereiro de 2005

Locura en la tienda!

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O que acontece quando uma loja, num país com fortes aptidões culturais, coloca todo o seu catálogo à venda com descontos entre 20% e 30%?

Uma autêntica loucura, uma verdadeira correria às oportunidades, filas imensas para pagar, pessoas carregadas de CD's e, no final, prateleiras vazias!

Foi isto que JNPDI! testemunhou Sábado na loja Madrid Rock, na Capital de nuestros hermanos.

Felizmente ainda chegámos a tempo de "rapar" os restos que, por sinal, não eram nada de desprezar!

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Tudo a menos de 7 euros...

Ao que soubemos a Madrid Rock vai fechar devido à especulação imobiliária (a loja está situada numa zona central da Granvia...) e também à desleal concorrência por parte da pirataria, com os CD's a serem vendidos ao preço da chuva no meio das ruas...

Mais uma razão para gostarmos dos U2

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Nem só de Jazz vive o homem e por isso JNPDI! também aprecia ouras músicas, nomeadamente o rock, especialmente o rock com causas (coisa que vai rareando, se é que alguma vez abundou).

Neste campo gostamos especialmente dos U2 (que contamos ver e ouvir ao vivo em Lisboa) e de "Angel of Harlem", sobretudo por citarem Coltrane, Miles e Billie oliday e também pela música em si.

Aqui fica a letra:

It was a cold and wet December day
When we touched the ground at JFK
Snow was melting on the ground
On BLS I heard the sound
Of an angel

New York, like a Christmas tree
Tonight this city belongs to me
Angel

Soul love...this love won't let me go
So long...angel of Harlem

Birdland on fifty-three
The street sounds like a symphony
We got John Coltrane and a love supreme
Miles
says she's got to be an angel

Lady Day got diamond eyes
She sees the truth behind the lies
Angel

Soul love...this love won't let me go
So long...angel of Harlem
Angel of Harlem

She says it's heart...heart and soul...
Yeah yeah...(yeah)
Yeah yeah...(right now)

Blue light on the avenue
God knows they got to you
An empty glass, the lady sings
Eyes swollen like a bee sting
Blinded you lost your way
Through the side streets and the alleyway
Like a star exploding in the night
Falling to the city in broad daylight
An angel in Devil's shoes
Salvation in the blues
You never looked like an angel
Yeah yeah...angel of Harlem

Angel...angel of Harlem...
[Repeat and fade]

23 de fevereiro de 2005

Que faz uma fotografia do Alentejo na capa de um disco de Wes?

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Ninguém sabe ao certo, mas a verdade é que a fotografia que ilustra a capa de "Down Here On The Ground", editado em 1967, capta um casario alentejano.

Ao que JNPDI! apurou a dita fotografia intitula-se Portugal Reflection (Portugal, 1966) e faz parte da PETE TURNER PHOTOGRAPHS.

22 de fevereiro de 2005

Ella bem pediu...

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Ela bem pediu, cantando, mas ele, o homem que ela teria amado, nunca veio.

Ella Fitzgerald nunca teve sorte ao amor e o facto de ser possuidora de uma voz e de um talento ímpares ainda a devem ter feito sofrer mais por não ter com quem verdadeiramente partilhar os seus muitos sucessos.

Vem isto a propósito de estar agora a ouvi-la cantar o fabuloso «The Man I Love». A letra e a música são de George e Ira Gershwin, a orquestra é de Nelson Riddle e o coração é de Ella e sai-lhe pela boca.

Someday he'll come along
The man I love
And he'll be big and strong
The man I Love
And when he comes my way
I'll do my best to make him stay

He'll look at me and smile
I'll understand
And in a little while
He'll take my hand
And though it seems absurd
I know we both won't say a word

Maybe I shall meet him Sunday
Maybe Monday
Maybe not
Still I'm sure to meet him one day
Maybe Tuesday
Will be my good news day

He'll build a little home
Just meant for two
From which I'd never roam
Who would, would you?
And so all else above
I'm waiting for the man I love

Maybe I shall meet him Sunday
Maybe Monday
Maybe not
Still I'm sure to meet him one day
Maybe Tuesday
Will be my good news day

He'll build a little home
Just meant for two
From which I'd never roam
Who would, would you?
And so all else above
I'm waiting for the man I love


Já agora, a gravação é de 1959 e faz parte do disco «Ella Fitzgerald sings the George and Ira Gershwin Song Book». Ou, para quem não queira gastar tantos euros, também a pode encontrar no «Best of the Verve Song Books».

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A quem quiser saber mais sobre a vida de Ella e das suas desventuras amorosas e não só aconselho o DVD «Something to Live For».

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21 de fevereiro de 2005

Jazz no feminino no Casino da Póvoa

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Karrin Allyson (1.ª foto) e Stacey Kent (2.ª foto) levam as suas vozes ao Salão D'Ouro do Casino da Póvoa de Varzim respectivamente em Março e Junho próximos.

Karrin Allyson tem actuação marcada para o dia 5 de Março e Stacey Kent pisa o palco a 18 de Junho.

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A entrada em ambos os espectáculos custa 75,00 por pessoa e os bilhetes já se encontram à venda no Casino da Póvoa e Lojas Fnac do Norteshopping e Sta. Catarina.

20 de fevereiro de 2005

Jason Moran distinguido pela playboy

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Pela primeira vez em 48 anos de publicação a famosa revista Playboy criou a categoria de músico de jazz do ano, distinção que coube ao pianista Jason Moran.

A preferência por Moran é justificada pela revista com base no seu trabalho e na sua posição proeminente no futuro do jazz.

De lembrar que a Playboy tem uma conhecida tradição no jazz, a começar pela editora Playboy Jazz (em parceria com a Concord Records) e a terminar no Playboy Jazz Festival, evento de periodicidade anual.

18 de fevereiro de 2005

Um simulador de saxofone!

Quem nunca sonhou em poder tocar um pouco de saxofone e arrancar deste instrumento o mesmo feeling que os grandes jazzmen?

Pois bem, isso agora é possível a título de brincadeira num autêntico simulador de saxofone.

Experimente neste link: http://bencastle.com/main/Virtual_Sax/virtual_sax.html

Não se vai arrepender. Demora um pouco até memorizar os vários sons pré-gravados mas depois já dá para fazer umas malhas jeitosas!

No comments...

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Vem na linha dos concertos de violino de Chopin!

17 de fevereiro de 2005

Boa letra, esta...

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Dei por ela no DVD de Jamie Cullum, embora seja originalmente dos Beach Boys:

I may not always love you
But long as there are stars above you
You never need to doubt it
I'll make you so sure about it

God only knows what I'd be without you

If you should ever leave me
Though life would still go on believe me
The world could show nothing to me
So what good would living do me

God only knows what I'd be without you

God only knows what I'd be without you

If you should ever leave me
Well life would still go on believe me
The world could show nothing to me
So what good would living do me

God only knows what I'd be without you
God only knows what I'd be without you
God only knows
God only knows what I'd be without you
God only knows what I'd be without you
God only knows

Atenção guitarristas e amantes de Pat Metheny!

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A mais recente edição da «JazzTimes» dedica a capa a Pat Metheny, este grande nome da guitarra, independentemente do género musical.

16 de fevereiro de 2005

Revista «All Jazz» vai ter concorrente da Trem Azul?

Ao que parece a editora Trem Azul reuniu recentemente para planear a edição de uma nova revista de jazz.

JNPDI! deseja as maiores felicidades ao projecto e espera que ele saiba ser complementar da «All Jazz», que entretanto vai regressar já este ano com regularidade.

É que normalmente em Portugal ou não há nada ou há atropelos, como sucede nos festivais e concertos de jazz com datas sobrepostas, situação que não aproveita a ninguém.

Claro que uma revista propriedade de uma editora discográfica exige um enorme esforço de isenção, ainda maior do que aquele que se impõe numa revista independente, e fará eventualmente mais sentido como uma newsletter para distribuição junto dos clientes, funcionando como órgão de promoção dos produtos da casa. Será interessante ler o estatuto editorial desta nova publicação e ver se ela se limita a esse papel ou se ousa divulgar produtos da concorrência, afirmando-se realmente como revista de jazz.

De qualquer forma uma coisa parece certa: o mercado portugûes não comporta duas revistas que não sejam complementares e se elas não o forem arriscam-se a um duplo suicídio. Complementares no sentido em que uma possa ser sobretudo um órgão de propaganda comercial e outra possa ser um espaço de visões plurais do jazz e dos seus músicos e produtos. Complementares no sentido em que uma seja mais virada para as novas correntes e outra mais abrangente e universal.

JNPDI! voltará a colaborar com a «All Jazz», mas procurará manter a sua isenção e flutuar acima da bicefalidade editorial que aí vem.

Os últimos sons de Jimmy Smith em disco

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Quem diria que as últimas notas musicais de Jimmy Smith ficariam gravadas num CD partilhado com o seu mais digno sucessor no Hammond B3: Joey DeFrancesco.

Em Agosto de 2004 encontraram-se ambos para registar o seu primeiro CD de estúdio. Agora, a Concord acaba de o editar. Desde 15 de Fevereiro que está à venda «Legacy», um verdadeiro encontro de duas gerações do órgão no jazz e, mais do que isso, uma passagem de testemunho.

«Legacy» é feito de standards e de originais de Smith e DeFrancesco, incluindo

1. Legacy
2. Dot Com Eyes
3. I'll Close My Eyes
4. Back At The Chicken Shack
5. Jones'n For Elvin
6. Off The Top
7. Corcovado (Quiet Nights)
8. I've Got My Mojo Workin'
9. St. Thomas
10. Blues For Bobby C.
11. Midnight Special

Neste disco tem ainda presença especial o convidado James Moody (saxofone).

JNPDI! sabe que DeFrancesco já tem actuação marcada para Portugal.

É aguardar, é aguardar...

15 de fevereiro de 2005

Jimmy Cobb, o baterista de «Kind of Blue», vem a Portugal

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[Foto de Drummerworld]

Vem actuar a Lisboa Jimmy Cobb, baterista que se celebrizou pela sua ligação a Miles Davis e pela gravação com este de alguns dos mais importantes discos da história do jazz, nomeadamente «Kind of Blue».

Cobb vai integrar um grupo de homenagem a um dos grandes criadores do jazz.

JNPDI! divulgará a data e o elenco logo que possível.

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[Miles Davis com Jimmy Cobb: foto de Drummerworld]

14 de fevereiro de 2005

Brad Mehldau volta a Lisboa

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O pianista Brad Mehldau vai tocar em breve no CCB.

JNPDI! ainda não sabe o mês nem o dia.

Porque hoje é dia e a melodia deste tema é linda!

My funny Valentine, sweet comic Valentine,
You make me smile with my heart,
Your looks are laughable, un-photographical,
Yet you're my favourite work of art . . .

Is your figure less than Greek ?
Is your mouth a little weak?
When you open it to speak, are you smiling?
But don't change a hair for me,
Not if you care for me.
Stay little valentine, stay!
Each day is Valentine's Day . . .

Each day is Valentine's Day . . .

Há tantas vozes melhores, mas eu gosto desta canção cantada mesmo é por Chet Baker. Ouviram-no cantar nos anos 80 no Cascais Jazz? Muito bom.

E esta melodia tocada por Miles Davis neste disco...?

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Divinal!

13 de fevereiro de 2005

É talvez a última oportunidade de ouver Peterson

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Oscar Peterson, o lendário e virtuoso pianista, volta a pisar os palcos de Inglaterra 15 anos depois da última actuação em terras de Sua Majestade.

Os concertos têm lugar no London Royal Albert Hall (1 de Julho) e no Manchester Bridgewater Hall (3 de Julho).

Peterson terá a acompanhá-lo os mesmos músicos que com ele gravaram o seu mais recente CD e DVD (A Night in Vienna): Ulf Wakenius (guitarra), Niels-Henning Ørsted Pedersen (contrabaixo) e Alvin Queen (bateria).

Dada a sua avançada idade e o seu debilitado estado de saúde (já só anda de cadeira de rodas), ou muito nos enganamos ou esta será uma das últimas oportunidades para ver esta lenda do jazz ao vivo.

Não haverá aqui por Portugal nenhum produtor que queira aproveitar a sua presença em Inglaterra para o trazeer ao CCB?!

Se necessário fosse aqui fica um excerto da sua biografia publicada no site da revista Downbeat:

"If Art Tatum was the "God" of the jazz piano, then his protege, Oscar Peterson, is his only-begotten son. Since his emergence in the early '40s, Peterson's classically trained and blues-hued brilliance has set the standard for jazz piano excellence".

Da última vez que o Hammond de Jimmy Smith soou em Portugal

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Esta foto, de Henrique Calvet, regista o último concerto que Jimmy smith, recentemente falecido, deu em Portugal.

Estava-se em 3 de Julho de 1993 e o concerto decorreu no XII Estoril Jazz, no auditório do Parque Palmela.

Com Jimmy Smith vieram Kenny Burrell (o seu inseparável companheiro na guitarra), Herman Riley (saxofone e flauta) e Grady Tate (na bateria, mas que também cantou!).

[Foto gentilmente cedida por Duarte Mendonça]

12 de fevereiro de 2005

Parabéns, Rufus Reid

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Rufus Reid, um dos grandes nomes do contrabaixo no jazz, cumpriu no passado dia 10 de Fevereiro 61 anos de idade.

Rufus é para mim uma pessoa especial não só pela música que produz e produziu (por exemplo com Dexter Gordon e Stan Getz ou J. J. Johnson), mas também porque tive o privilégio de o conhecer pessoalmente nos primeiros cursos PROJAZZ, em 1990, nos Salesianos do Estoril.

Como professor e como ser humano, Rufus é uma referência.

[Na foto, de João Freire, Rufus comigo e com Yuri Daniel, numa aula nos I Cursos Projazz, 1990. Ao fundo, à esqª está Mário Franco]

Convém ainda referir outros nomes com os quais Rufus tocou ou gravou: Gene Ammons, Kenny Dorham, Eddie Harris, Sonny Stitt, Don Byas, Philly Joe Jones, Thad Jones, Mel Lewis, Bill Evans, Dizzy Gillespie e Art Farmer.

Está tudo dito...

Para mais informações: www.rufusreid.com

Hello bancos e mecenas empresariais portugueses, anybody there?

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De 15 a 20 de Fevereiro realiza-se em Nova Iorque, no Jazz at Lincoln Center?s Frederick P. Rose Hall, o Bank of America Jazz Festival.

O elenco inclui a Lincoln Center Jazz Orchestra (LCJO) com Wynton Marsalis, o trio de Bill Charlap e Carol Sloane com o quinteto de Norman Simmons.

11 de fevereiro de 2005

O equívoco de Faro Capital Nacional da Cultura no campo do Jazz

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JNPDI! soube hoje que na programação de Faro Capital Nacional da Cultura quanto a jazz só haverá lugar a grupos portugueses.

Não podemos de forma alguma discordar da necessidade de divulgar o jazz nacional, mas discordamos totalmente e frontalmente com a ostracização do jazz proveniente da sua pátria natural, os EUA. Ou mesmo de outros países da Europa.

Passamos a explicar.

1 - A ideia de eleger Faro, Coimbra ou o Porto como Capital Nacional da Cultura é naturalmente enriquecer a vida cultural dessas cidades, alargar o leque normalmente disponível de manifestações artísticas e colocar a população perante novas propostas culturais, a que de outro modo não teria acesso. Foi isso que sucedeu no Porto e em Coimbra, com uma desejável conciliação entre a cultura nacional e estrangeira, até porque a cultura nacional precisa de beber na estrangeira e Portugal só beneficia se a cultura estrangeira também vier beber à nossa e a conhecer e divulgar.

2 - Os grupos portugueses, graças aos festivais e concertos isolados que se têm realizado ao longo do tempo em Faro, Guia, Tavira, etc. já rodaram grande parte do Algarve e ou surgem com um repertório renovado ou arriscam-se a ter falta de público e de mediatização, algo que deveria fazer reflectir a organização desta Faro Capital Nacional da Cultura.

3 - Sendo o Algarve a principal região turística do país é desejável que se aproveite a presença de estrangeiros para divulgar o jazz nacional. Mas, também é verdade, que seria mais fácil captar os euros e dólares dos estrangeiros para grupos não portugueses, colocando por exemplo os grupos nacionais a dividir o palco com estes. Mais uma vez a solução deveria estar num compromisso entre o jazz nacional e o jazz estrangeiro.

Aliás, sobre a importância do Algarve como região turística, na sessão solene em que o Presidente da Câmara de Faro recebeu a imagem da Stª Isabel como símbolo de Coimbra ? Capital Nacional da Cultura de 2003 (ver foto) foi referido o seguinte pelo mesmo:

Foi uma recompensa justa para o trabalho sereno e sério desenvolvido, que enobrece e prestigia Faro e o Algarve. Deste modo, Faro assume-se cada vez mais com a sua verdadeira dimensão e condição de capital da maior região turística de Portugal, com esta distinção histórica, num projecto que será fortemente participado.

Perante estas afirmações é estranho que a programação, nomeadamente no campo do jazz, não seja mais direccionada também para o turismo, nomeadamente o jovem, o qual encontra hoje em nomes ligados ao smooth jazz uma grande atracção. Um Jamie Cullum, por exemplo, poderia ser uma boa aposta para conseguir o duplo objectivo de audiência e qualidade. Ou um Peter Cincotti, ou um Michael Buble. Ou no jazz instrumental, músicos de novas tendências e músicos do jazz mais mainstream.

Por outro lado, o público senior estrangeiro, que o há e muito (e com $ e apetência cultural), especialmente fora do período alto do Verão, não teria interesse em ouver (parafraseando José Duarte) orquestras do seu tempo?

4 - Passados os concertos o que fica? Pouco ou nada mais do que uma boa recordação. E poderia ficar mais? Podia. Podia se por exemplo se promovesse a fusão entre músicos portugueses e estrangeiros, fazendo com que os nossos tivessem oportunidade de aprender ainda mais e expandir os seus horizontes. A ideia é simples; contratar grupos de jazz estrangeiros, secções rítmicas por exemplo, e pô-las a tocar com solistas portugueses. Ou o inverso, secções rítmicas portuguesas com solistas estrangeiros. Isso sim, deixaria obra para além de 2005 e faria com que uma Capital da Cultura não fosse apenas por um ano, mas lançasse bases para ter uma base sólida de músicos e não só.

Quem souber por que razão as coisas se passam doutra forma que responda!

Quanto a nós as capitais nacionais da cultura têm obrigatoriamente de responder a três requisitos:

1 - ser pensadas para o público, expondo-o ao que há de melhor a nível nacional e internacional;

2 - ser abrangentes nas propostas a apresentar, sem sectarismos nacionais ou estéticos.

3 - contribuir para a formação de artistas nacionais.

I love this song!

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E a canção é The Lady Is a Tramp.

Gosto especialmente dela cantada por Ella, como só Ella sabia; com muito swing.

Ouvindo os vários discos ao vivo (Berlim, Roma, Budapest) é notório como Ella altera a letra.

Aqui fica a cantada no concerto de Roma (25/04/1958)

I've wined and dined on Mulligan Stew, and never wished for Turkey
As I hitched and hiked and grifted too, from Maine to Albuquerque
Alas, I missed the Beaux Arts Ball, and what is twice as sad
I've never been to a party where they honored Noel Ca-ad (Coward)
Social circles move too fast for me
My "hobohemia" is the place to be

I get too hungry, for dinner at eight
I like the theater, but never come late
I never bother, with people I hate
That's why the lady is a tramp

I don't like crap games, with barons and earls
Won't go to Harlem, in ermine and pearls
Won't dish the dirt, with the rest of the girls
That's why the lady is a tramp

I like the free, fresh wind in my hair
Life without care
I'm broke, it's o'k
Hate California, it's cold and it's damp
That's why the lady is a tramp

Girls get massages, they cry and they moan
Tell ???? to leave me alone
I'm not so hot, but my shape is my own
That's why the lady is a tramp

The food at the Grand is perfect, no doubt
I couldn't tell you what the Ritz is about
Drop a nickle, and coffee comes out
That's why the lady is a tramp

Like the sweet, fresh, rain in my face
Diamonds and lace, no got, so what?!

For Frank Sinatra, I whistle and stamp
That's why the lady is a tramp

She's a hobo
She's a scamp
She's a no-good kinda tramp
That's why the lady is a tramp


Vale a pena ouvir!

10 de fevereiro de 2005

Jazz no País do Improviso! vai mudar de endereço electrónico.

Pedimos a todos os leitores que se mantenham atentos nos próximos dias pois iremos dar nota da nossa nova morada.

Por aqui passou grande parte da história do jazz em Portugal

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Referimo-nos, claro, ao Pavilhão do Dramático, em Cascais, casa do Cascais Jazz desde 1971 até 1980.

Nesta foto inédita podemos ver o aspecto do pavilhão e a sua elevada dimensão. Não era o mais apropriado para o jazz mas foi o ideal para albergar as cerca de 10 000 pessoas que ali se chegaram a reunir num período em que culturalmente pouco ou nada de relevante se passava em Portugal, muito menos envolvendo grandes nomes da música.

Pelos palcos improvisados deste pavilhão desfilaram os grandes nomes do jazz: Miles Davis, Ornette Coleman, Art Blakey, Dizzy Gillespie, Thelonious Monk, Art Blakey, Duke Ellington, Sarah Vaughan, Dexter Gordon, Benny Carter, Charles Mingus, Gil Evans, Betty Carter, Sonny Rollins, Freddie Hubbard, Jimmy Smith, Milt Jackson, Sonny Stitt, etc.

Esta e outras fotografias vão integrar um livro que estamos a ultimar sobre os 30 anos de Duarte Mendonça como Produtor de Jazz, ele que começou no Cascais Jazz, com Villas-Boas, para depois fundar o Jazz Num Dia de Verão, o Estoril Jazz e vários outros festivais pontualmente organizados pelo país fora.

Neste livro, em género de fotobiografia, será possível ter uma perspectiva de 30 anos de jazz em Portugal e viajar aos bastidores da produção.

Lá para o Verão já deve estar pronto.

R.I.P. Jimmy Smith

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Morreu Jimmy Smith, um dos mais importantes jazzmen e um dos mestres do órgão, os velhinhos Hammond B3 (dos quais ainda aqui contámos recentemente a história).

A notícia acaba de nos apanhar de surpresa e chegou-nos através do António Garção, fiel leitor de JNPDI!

O célebre organista faleceu no passado dia 8, aos 79 anos de idade, de causa natural.

Sobre Jimmy Smith, afirmou Joey DeFrancesco (outro grande nome do órgão no jazz e que este ano vem a Portugal tocar): "Jimmy was one of the greatest and most innovative musicians of our time. I love the man and I love the music. He was my idol, my mentor and my friend".

Jimmy Smith é considerado o rei do órgão Hammond, tendo tido um papel importante na revolução do uso deste instrumento no jazz, conforme atesta Bob Porter:

Smith revolutionized jazz organ, turning what was, for the most part, a roller-rink instrument into one of the most incisive, dynamic jazz instruments of its time. His work in the late 50s defined what today remains the standard approach to the instrument. In essence, he made the Hammond organ perform the work of an entire Jazz trio: using the left hand for chordal accompaniment, right hand for lead, and both feet to produce a walking bass line. (Bob Porter AMG)

Jimmy Smith nasceu em Dezembro de 1928 e começou a tocar em 1951, tendo dado os primeiros passos no café Bohemia, em Nova Iorque. Uma sessão no clube Birdland e uma actuação no Newport Jazz Festival de 1957 foram a rampa de lançamento para a carreira do organista. A partir daí, Smith tocou intensivamente nos anos 60 e 70 e gravou com músicos como Kenny Burrell, Lee Morgan, Lou Donaldson, Tina Brooks, Jackie McLean, Ike Quebec e Stanley Turrentine. Editou nAda menos do que mais de 30 albums para a Blue Note e 20 para a Verve...

Entre os seus discos mais conceituados estão

"The Sermon"

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"Back At The Chicken Shack"

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"Midnight Special"

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"Bashin': The Unpredictable Jimmy Smith"

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"Walk On The Wild Side"

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e as suas colaborações com Wes Montgomery, o génio da guitarra

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Jimmy Smith passou pelos palcos do Cascais Jazz e em virtude dessa actuação editou em 1973 um disco a que deu o título de «Portuguese Soul». Lançado pela Verve, este registo foi gravado em Nova Iorque, com uma Big band dirigida por Thad Jones.

As faixas deste trabalho são:

1. And I Love You So
2. Blap
3. Portuguese Soul
4. Portuguese Soul, Pt. 1
5. Portuguese Soul, Pts. 2 & 3

Importa ainda dizer que Jimmy Smith foi eleito por várias vezes melhor organista de jazz pela revista "Downbeat", a primeira das quais em 1964.

Onde mora o jazz?

Tenho passado estes dias a visionar antigas cassetes VHS com programas de jazz que gravei da RTP no final dos anos 80 e início dos anos 90.

Entre programas como o Som da Supresa, o Outras Músicas, um outro apresentado pelo saxofonista David Sanborn e concertos pontualmente transmitidos, tenho aqui horas e horas de gravações com nomes como Miles Davis, Ella Fitzgerald, Carmen McRae, Sarah Vaughan, Wynton Marsalis, World Saxophone Quartet, Duke Ellintong, Betty Carter, Lester Young, Billie Holiday, Ben Webster, enfim... praticamente todos os grandes nomes do jazz. Isto para não falar de documentários imprescindíveis como o apresentado por Carmen McRae, sobre as grandes vozes do jazz.

Sem estes programas provavelmente eu e muitas outras pessoas teriam passado ao lado do jazz, tão só por falta de exposição ao mesmo. E quem diz o jazz, diz a música erudita ou clássica, ou a dança, ou a pintura.

Passaram apenas 15 anos e tanta coisa mudou. O jazz praticamente desapareceu das televisões, não há um único programa especializado e quando passa algo que tenha a ver com jazz ou música improvisada é atirado para altas horas da madrugada.

Então é caso para levantar algumas questões pertinentes:

Foram os portugueses que mudaram e involuiram e já não querem este tipo de programas?

Foi o fenómeno da privatização que obrigou os canais (nomeadamente os públicos) a ignorar a cultura, remetendo-a para horários fora do prime-time ou anulando-a por completo, em "benefício" de audiências?

Foram as televisões que se orientaram exclusivamente para as maiorias, as quais ignoram o jazz e qualquer música que seja mais difícil de ouvir, não tenha nudez, sexo, boatos, escândalos ou requeira mais atenção?

São os privados, ou a dita sociedade civil, que falham em perceber que nas televisões generalistas o jazz e a cultura em geral não têm lugar e que se impõe a criação de um canal temático na televisão por cabo, tal como se fez para os documentários sobre história, animais, etc., também eles praticamente varridos do mapara dos ditos canais generalistas?

Creio, sinceramente, que o fenómeno se prende um pouco com todas as questões levantadas e merece a nossa reflexão. De facto, parece-me que uma sociedade que depreza a cultura e em que os media a ostracizam é uma sociedade esvaziada de conteúdo, de memória e sem plataforma para evoluir no sentido da civilização e da maturidade social. É uma sociedade expropriada de opções, da diferença, do contraste, do contraditório cultural. É, em suma, uma sociedade que não só caminha para o embrutecimento como tem sérias dificuldades para surgir com novas ideias, novas propostas culturais e mesmo novas formas de organização social e política.

É só a minha opinião. E tudo isto porque me lembrei de ir arrumar os arquivos.

A vida tem destas coias...

Já agora aqui fica um desafio; o desafio de que no campo do jazz Portugal não tenha de se cumprir como país mesquinho e de quintinhas. O desafio a que programadores, produtores de jazz, clubes, escolas se sentem à mesa com o canal 2 (que se afirma como espaço da sociedade civil organizada...) e se organizem para produzir um programa de jazz. Bastava, para tal, que tal programa exibisse as excelentes séries estrangeiras, tivesse um espaço para a divulgação do trabalho de músicos portugueses e uma agenda com os principais eventos a nível nacional ou ibérico. E mais: poderia ainda utilizar os riquíssimos arquivos da RTP, repondo concertos históricos do Cascais Jazz, do Estoril Jazz ou do Jazz em Agosto.

Será assim tão difícil construir a morada audiovisual do jazz em Portugal?

Cá estaremos para dar o nosso contributo.

9 de fevereiro de 2005

Os sites onde moram as vozes do jazz actual

JNPDI! leva hoje os seus leitores e leitoras a visitar os sites das principais vozes do jazz e do smooth jazz.

Dando primazia às senhoras, comecemos por Diana Krall.

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Para seguidamente passarmos por... Dianne Reeves.

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Dee Dee Bridgewater

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Tierney Sutton

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Patricia Barber

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Rene Marie

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Nas vozes masculinas podemos começar por Harry Connick Jr.

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... e continuar por Peter Cincotti

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Jamie Cullum e uma pequena surpresa fotográfica...

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Michael Buble

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Curtis Stigers

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Jazz em conferência na Culturgest

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É já na próxima semana que tem início na Culturgest um conjunto de 5 conferências por Manuel Jorge Veloso, conceituado divulgador do jazz em Portugal.

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Estas palestras realizam-se entre Fevereiro e Março, sempre às quartas-feiras, às 18h30, com entrada livre e têm por tema: "DOIS INJUSTOS ESQUECIDOS DO JAZZ MODERNO: LENNIE TRISTANO E ERIC DOLPHY".

Eis o programa a realizar:

16 de Fevereiro - "A paisagem musical do jazz nas décadas de 40 a 60 do século XX"

23 de Fevereiro - "A estética de Lennie Tristano como alternativa reformista ao bebop"

2 de Março - "Lennie Tristano, a sua escola, os seus alunos"

9 de Março - "Eric Dolphy: uma voz diversa na revolução do free jazz"

16 de Março - "Eric Dolphy e os seu contemporâneos"

JNPDI! vai fazer tudo por estar presente!

Lembrar Pony Poindexter

Pony Poindexter, saxofonista-alto, completaria hoje 79 anos. Nasceu em Nova Orleães, em 1926, e veio a falecer em Oakland, em 1988.

Como músico, Poindexter não obteve nunca o reconhecimento justo, tendo passado pelas formações de Billy Eckstine e Lionel Hampton. Em 1963, mudou-se para a Europa e ficou ligado à história do jazz em Portugal, tendo actuado no Hot Club de Portugal e num cinema de Lisboa.

5 de fevereiro de 2005

Este puto é um fenómeno!

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É italiano, tem apenas 15 anos e toca o saxofone-alto como Charlie Parker!

Francesco Cafiso está a dar que falar no mundo do jazz e o seu talento já tinha chegado aos ouvidos de JNPDI! Agora foi Enrico Rava a falar dele em entrevista a Raúl Vaz Bernardo, no «Expresso».

Nascido em 1989, na Sicília, a carreira deste jovem saxofonista começou aos nove anos de idade, quando começou a aprender com jazzmen como Bob Mintzer, George Gruntz, Maria Schneider e Gianni Basso.

Os resultados destes contactos ao mais alto nível surgiram em 2001, quando Cafiso arrecadou o Massimo Urbani National Award, graças, como refere a biografia oficial, à sua "incrível maturidade musical e uma surpreendente capacidade para a improvisação apesar da sua tenra idade". Já em 2003 arrecadou o prestigiado Positano Jazz Award... Mas Cafiso não se ficou por aqui e em Janeiro de 2004 participou na convenção anual da I.A.J.E. e recebeu o International Jazz Festivals Organization Award (I.J.F.O.). Já no final do ano, em Novembro, Francesco participou e ganhou o "World Saxophone Competition 2004" durante o London Jazz Festival.

Ainda em 2004, na conferência da IAJE (International Association of Jazz Educators), Cafiso tocou no Umbria Jazz in New York, no Hilton Hotel, acompanhado por um verdadeiro trio de excepção: James Williams, Ray Drummond and Ben Riley.

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Foi neste concerto que se deu o encontro que Rava narra ao expresso, em que o histórico Percy Heath se agarrou ao saxofonista e chorou. Será porque ele lhe recordou Parker? Bird lives...
Mas o momento decisivo na carreira de Cafiso ocorreria em Julho de 2003, quando do seu encontro com Wynton Marsalis no festival de jazz realizado em Pescara (Itália). Convencido do talento do jovem saxofonista, Marsalis levou-o a percorrer os palcos mais famosos da Europa.

Consequentemente a fama de Francesco tem-se espalhado e em 2004 tocou em alguns dos mais prestigiados festivais de jazz da Europa, tocando com músicos como Joe Lovano, Hank Jones, George Mraz, Manhattan Transfer, Wynton Marsalis e a Lincoln Center Orchestra e a orquestra de Count Basie.

Cafiso passou também uma temporada em Nova Orleães, aí tendo tocado com Ellis Marsalis, Jason Marsalis, Thadeus Richard, Bob Franch, Maurice Brown, Jonathan Batiste, Teo Ludwig, Steve Armstrong, Jerry Jumonville e Rob Block e teve aulas com Alvin Batiste.

Francesco Cafiso lidera regularmente um trio composto por Riccardo Arrighini, Aldo Zunino e Stefano Bagnoli. Discograficamente, Cafiso possui já no seu curriculum três registos:

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E tudo isto vindo de um puto de 15 anos que ainda frequenta o liceu...

JNPDI! sabe que há uma elevada probabilidade de Cafiso actuar este ano em Portugal e aqui dará notícias mais concretas logo que possível.


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