31 de março de 2006

Chick Corea regressa a Portugal

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JNPDI! revela aqui em primeira mão que Chick Corea tem dois concertos agendados para Portugal, um no Coliseu de Lisboa (22 Setembro) e outro no Coliseu do Porto (23).

Chick Corea "The Ultimate Adventure" - Jorge Pardo (s, f), Carles Benavent (b), Ruben Dantas (perc), Tom Brechtlein (bat).

Atenção a Carles Benavent, quanto a nós o melhor baixista eléctrico da Península Ibérica. Não é por acaso que toca com Corea e que já tocou pontualmente com Miles Davis...

Stacey Kent no Casino Lisboa

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Alberto João Jardim pode não comemorar o 25 de Abril da Ilha da Madeira, mas em Lisboa, nessa mesma data, actua no Casino Lisboa (Auditorio dos Oceanos) a cantora Stacey Kent.

Quando será que temos um episódio à la Charlie Haden no Cascais Jazz 1971 na Ilha da Madeira?

E se isso suceder dará Jardim cavaco a Cavaco se suceder Cavaco não ser o Cavaco de sempre com os seus tabus?

Um Toque de Jazz para Abril

Manuel Jorge Veloso prossegue com o seu «UM TOQUE DE JAZZ», programa emitido aos Sábados e Domingos, das 14.00 às 15.00, pela RDP - ANTENA 2.

Este programa pode ser seguido via internet em Webcast: mms://rdp.oninet.pt/antena2.

Sábado, 01.04.06 - Charlie Mingus - Um livre pensador do jazz moderno (1) - Os 50 anos das gravações completas em estúdio para a Atlantic (1956-1961). 1º. Programa.

Domingo, 02.04.06 - Concertos Europeus (1) - A cantora italiana Roberta Gambarini com Roy Hargrove (trompete, Slide Hampton (trombone), Johnny Griffin (sax-tenor), Eric Gunnison (piano) e Willie Jones III (bateria), no Festival de Jazz de Salzau (Alemanha) em 03.07.04. Gravação Eurorádio.

Sábado, 08.04.06 - Charlie Mingus - Um livre pensador do jazz moderno (2) - Os 50 anos das gravações completas em estúdio para a Atlantic (1956-1961). 2º. Programa.

Domingo, 09.04.06 - Concertos Europeus (2) - A European Youth Jazz Orchestra dirigida por Vic Vogel numa homenagem a Oscar Peterson pelo seu 80º. Aniversário, em Vancouver (Canadá) em 27.05.05. Gravação Eurorádio.

Sábado, 15.04.06 - Charlie Mingus - Um livre pensador do jazz moderno (3) - Os 50 anos das gravações completas em estúdio para a Atlantic (1956-1961). 3º. Programa.

Domingo, 16.04.06 - Concertos Europeus (3) - O Snow Owl Quartet do contrabaixista Juan Garcia Herreros, com Greg Osby (sax-alto), Edward Simon (piano) e Terry Lyne Carrington (bateria) no Festival de Jazz Intöne (Diersbach, Áustria) em 14.05.05.

Sábado, 22.04.06 e Domingo, 23.04.06 - NÃO HÁ PROGRAMA (GRANDE FESTA DA MÚSICA - CCB)

Sábado, 29.04.06 ? Charlie Mingus - Um livre pensador do jazz moderno (4) - Os 50 anos das gravações completas em estúdio para a Atlantic (1956-1961). 4º. Programa.

Domingo, 30.04.06 - O pianista norte-americano Fred Hersch num recital a solo no Concertgebouw (Amesterdão) em 03.10.03. 1ª. Parte. Gravação Eurorádio.

30 de março de 2006

Brincar ao jazz

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Os gatos também tocam jazz.

Veja a prova aqui.

29 de março de 2006

Savina Yannatou na Culturgest

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JNPDI! acaba de saber que a cantora Savina Yannatou actua na Culturgest a 7 de Outubro do corrente ano.

Yannatou tem influências da música mediterrânica, apresentando um repertório composto por canções provenientes nomeadamente da Sardenha, Córsega, Israel, Turquia, África do Sul e Grécia, país de onde é oriunda.

Embora não seja uma cantora de Jazz, as suas raízes passam por este género musical e contribuem para dar maior liberdade à sua música, aliás bastante interessante.

Um novo disco de Jimmy Cobb

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A editora Marsalis Music lançou recentemente um disco de Jimmy Cobb, conhecido por ser o baterista de "Kind of Blue", que gravou com Miles Davis em 1959, e por ter colaborado com músicos como Dinah Washington, Wes Montgomery e Sarah Vaughan, entre muitos outros.

Neste registo participam ainda Ellis Marsalis (Piano), Andrew Speight (Saxofone) e Orlando Le Fleming (Contrabaixo).

28 de março de 2006

Jazz "trocado por miúdos" na universidade

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Na passada 4.ª feira, um grupo de alunos do ISCEM que se encontra a desenhar uma estratégia de marketing e comunicação para um clube de jazz a abrir em Cascais teve a oportunidade de assistir a uma conferência subordinada à evolução deste género musical.

A conferência foi proferida pelo Dr. Barros Veloso, que levou os alunos desde os primóridos do Jazz até à fusão com o rock, explicitando as várias mutações rítmicas e harmónicas ocorridas ao longo dos últimos 100 anos.

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A complementar a apresentação foram exibidos vários vídeos representativos de cada uma das principais etapas tratadas.

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Creio que este tipo de iniciativas deveria alargar-se a outras faculdades. Assim se iria também formando público pois a ignorância é uma grande barreira à adesão ao desconhecido.

Temos festa!

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É já esta semana que começa a 4ª Festa do Jazz do São Luiz, que decorre de 31 de Março a 2 de Abril.

Organizado no Teatro Municipal São Luiz este é um evento que, ao longo de 3 dias e de aproximadamente 40 horas de espectáculos, anima quatro salas do Teatro com Jazz "made in Portugal" por alunos de Escolas de Música e por Bandas profissionais, que em alguns dos casos, incluem, convidados estrangeiros de reconhecido mérito.

Tal como nas edições anteriores, a 4ª Festa do Jazz tem como objectivo principal dar a conhecer o trabalho desenvolvido por uma boa parte das Escolas de Música que de norte a sul do país se dedicam ao ensino desta expressão musical. Esta mostra, será feita através da apresentação ao vivo de Combos de alunos, sugeridos pelas respectivas escolas. Os referidos (10) Combos actuarão, como tem sido habitual, na sala denominada Jardim de Inverno, no período compreendido entre as 14h00 e as 19h00 dos dias 1 e 2 de Abril.

À semelhança do que já aconteceu em anteriores edições, um dos concertos da Festa, a ter lugar na Sala Principal, pretende ter uma vertente única que consiste em encomendar obras a 5 compositores portugueses da área do Jazz. Estas peças serão estreadas por um Septeto formado especificamente para este concerto. Os restantes (sete) grupos que actuam nesta sala, reunirão um naipe de músicos do primeiro plano, nacional e internacional.

Eis, pois o programa para esta sala:

Sexta, 31 de Março, 21h30

Bernardo Sassetti / Ascent Trio2

Ajda Zupancic - violoncelo
Jean François Lezé - vibrafone
Bernardo Sassetti - piano
Carlos Barretto - contrabaixo
Alexandre Frazão - bateria


Sexta, 31de Março, 23h00

Ensemble Festa do Jazz

Interpreta composições originais de:
Andreia Pinto Correia, Nelson Cascais, Mário Laginha, Tomás Pimentel, Afonso Pais.

João Moreira - trompete
Carlos Martins - sax tenor
Perico Sambeat - sax alto
Nuno Ferreira - guitarra
Jesse Chandler- piano
Paco Charlín - contrabaixo
Bruno Pedroso - bateria


Sábado, 1de Abril, 19h00

Joana Rios

Joana Rios - voz
Bruno Santos - guitarra
Bernardo Moreira - contrabaixo
André Sousa Machado - bateria
Pedro Moreira - sax tenor
Claus Nymark - trombone



Sábado, 1de Abril, 21h30

TGB - Carolino/Delgado/Frazão

Sérgio Carolino - tuba
Mário Delgado - guitarra
Alexandre Frazão - bateria


Sábado, 1de Abril, 23h00

Sexteto de Mário Franco com David Binney

David Binney ? sax alto, sampler
André Fernandes - guitarra
Jesse Chandler - piano, orgão
João Gomes - sintetizador, fender rhodes, laptop
Mário Franco - contrabaixo, baixo eléctrico
João Lencastre - bateria, percussões


Domingo, 2 de Abril, 19h00

Paula Oliveira e Bernardo Moreira ?Lisboa que Adormece?

Paula Oliveira - voz
Leo Tardin - piano
Bernardo Moreira - contrabaixo
Bruno Pedroso - bateria
João Moreira - trompete


Domingo, 2 de Abril, 21h30

Laurent Filipe - A Luz?

Laurent Filipe - trompete
Mário Delgado - guitarra
Rodrigo Gonçalves - piano
Nelson Cascais - contrabaixo
Paulo Bandeira - bateria



Domingo, 2 de Abril, 21h30

Estardalhaço Brass Band

Mário Marques ? sax alto, soprano
André Murraças - sax tenor
António Morais - trompete
João Moreira - trompete
Ruben Santos - trombone
Luís Cunha - trombone
Sérgio Carolino - sousafone
Luis Cascão - bateria


Este ano, a disponibilidade para concertos da Sala Estúdio Mário Viegas vem preencher uma lacuna sentida desde a 1ª edição do evento. Para esta sala foram programados projectos de reconhecida qualidade que fundamentalmente por razões de mercado, não atingiram ainda a notoriedade mediática que a nosso ver merecem. Como é facilmente compreensível a maioria dos músicos portugueses que se dedicam a esta expressão musical faz parte deste grupo, merecedor de atenção.

Também este ano, um júri composto por 3 especialistas convidados (Manuel Jorge Veloso, Rui Neves e José Nogueira) votará o melhor Combo, o melhor Instrumentista e ainda possíveis prémios Revelação, a seleccionar entre as escolas participantes:

- Escola Moderna de Jazz Almada (Seixal);
- ETIC- Escola Técnica de Imagem e Comunicação (Lisboa);
- Escola de Jazz de Torres Vedras;
- Conservatório Escola das Artes (Funchal);
- ESMAE - Esc. Sup. de Música e das Artes do Espectáculo (Porto);
- Escola JBJazz (Lisboa);
- Escola de Jazz do Barreiro;
- Escola de Música da C.M. da Nazaré;
- RIFF- Escola de Música de Aveiro;
- Escola de Jazz Luiz Villas Boas/Hot Clube de Portugal (Lisboa).

Neste evento não faltam as master classes, destinadas principalmente aos alunos das Escolas de Música participantes na Festa, asseguradas por Bernardo Sassetti (piano, dia 1) e David Binney (saxofone, dia 2).

A Festa do Jazz conta ainda com uma Feira do Disco e com um stand onde uma das lojas nacionais de instrumentos estará presente para uma mostra.

27 de março de 2006

Billie Holiday "chega" empacotada a Portugal

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Já chegou ao mercado nacional a caixa de 6 CDs que a Verve lançou com todas as "master takes" que Billie Holiday gravou em estúdio para esta editora entre 1952 e 1959 (ano da sua morte), num total de 100 temas.

E o que se entende aqui por "master takes"?


Simples: todas as faixas excepto as que "poluem" (digo eu, pelo menos para os leigos) uma audição continuada. Ou seja, não cabem aqui faixas com ensaios de estúdio, anúncios do engenheiro de som, falsos começos, takes alternativos, etc.


Este conjunto de gravações retrata essencialmente os seus últimos anos e é sobretudo para coleccionadores, já que não abarca uma parte muito importante da sua obra, o que pode frustrar os menos conhecedores que esperem encontrar aqui temas como o "Strange Fruit" original, por exemplo.


Convém referir que o preço não é nada convidativo... embora sejam 6 Cds...

Já agora, e de borla, ouçam este magnífico "Fine and Mellow" que está aqui em JNPDI! como música de "fundo". Um verdadeiro clássico!

26 de março de 2006

Hoje é um dia especial para o Jazz!

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Villas-Boas com Bill Evans (Estoril, 1975)

Hoje, há precisamente 82 anos, nascia em Lisboa Luís Villas-Boas, o homem que iria expandir o jazz em Portugal e elevá-lo à categoria de arte.

Curiosamente, hoje é também o dia em que damos por findo o livro que vimos escrevendo sobre o "pai do jazz em Portugal" - O Jazz segundo Villas-Boas - obra pioneira a editar brevemente no quadro de várias efemérides ligadas a esta figura-chave no panorama jazzístico nacional e que se celebram em 2006.

Mas, regressemos a Villas-Boas.

Visionário e pioneiro para uns, polémico para outros, amado, odiado, condecorado, vaiado, elogiado, criticado e ofendido, esquecido por vezes, num aspecto Luís Villas-Boas recolhe porém unanimidade: é inegavelmente a grande referência quando se fala de jazz em Portugal.

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Caricatura de Villas-Boas para a revista "Cinéfilo" (1973)

Convém recordar que a ele se devem pelo menos três iniciativas pioneiras e fundamentais:

1 - A divulgação e legitimação do Jazz, tendo criado o mais importante programa de rádio (o Hot Club: 1945/1969) e assinado os primeiros artigos de imprensa (1946), consistentes, sobre os novos sons que sopravam do ocidente, para além de ter dinamizado programas televisivos sobre jazz e proferido várias palestras em liceus e universidades;

2 - A produção do Jazz, pela organização das primeiras jam-sessions (1948), pela apresentacão em Portugal dos primeiros grandes e maiores nomes do "som da surpresa" (1955) e pelo lançamento do Cascais Jazz (1971), o mais emblemático festival de Jazz jamais realizado entre nós;

3 - A congregação dos amadores, a formação de músicos e a perpetuação do Jazz, mediante a fundação do Hot Club de Portugal (1950) e do Louisiana, em Cascais (1965).


Ligado a Luís Villas-Boas esteve outra grande figura do Jazz em Portugal - Duarte Mendonça - que com ele colaborou desde 1974 até 1988 na organização do Cascais Jazz e de vários outros festivais e emblemáticos concertos.

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Luís Villas-Boas e Duarte Mendonça, Jazz Num Dia de Verão, 1986

JNPDI! presta aqui a sua mais profunda homenagem a Luís Villas-Boas. Sem ele o jazz não existiria com o prestígio, história, alcance e dignidade que actualmente o caracterizam

Quanto ao livro, o primeiro que se publica sobre Villas-Boas, aqui daremos em primeira mão a notícia do seu lançamento.

Aproveitamos para deixar aqui alguns dos testemunhos sobre Villas-Boas, produzidos quando da sua morte em 10 de Março de 1999.

Bernardo Moreira - «Era o jazz em Portugal. Tudo o que existe hoje foi ele que fez. Se não fosse ele, ainda estaríamos na pré-história do jazz em Portugal.»

Carlos Zíngaro - «Foi o precursor da divulgação do jazz e do apoio ao ensino: Foi ele que criou os primeiros e únicos clubes em Lisboa - concretamente o Hot Clube e, na altura, o Louisiana: em Cascais. Estive próximo dele, há bastantes anos. Trabalhei com ele como apoio gráfico e logístico na organização do Cascais Jazz, de 1974. Apesar de não me considerar um músico de jazz, sempre tive o maior respeito por ele, porque foi uma pessoa muito recta, directa e muito empenhada no que gostava. Acrescentarei que do grupo de amantes do jazz da sua geração ou daquela que veio imediatamente a seguir, sempre foi a pessoa mais empenhada e mais seria.»

Duarte Mendonça - «Trabalhei com ele durante 15 anos, entre 1974 e 1988 - produzi com ele o CascaisJazz. Conheci-o na década de 50 e quem me apresentou foi o Gerard Castello Lopes, um aos fundadOres do Hot Clube. Foi ele que trouxe o jazz para Portugal. Foi ele que fez o primeiro programa de rádio sobre jazz, com o Artur Agostinho, Só depois teve um programa próprio na Emissora Nacional e no Rádio Clube Português. Era difícil trabalhar com ele porque era uma pessoa muito desorganizada. Não tinha horas e, para além disso o 25 de Abril veio introduzir um elemento destabilizante no trabalho de qualquer pessoa. Era um sindicalista acérrimo e a política passou a preencher, a partir-daí, 80 por cento da vida dele.»

Augusto Mayer - «Estive com ele no Hot Clube, desde início até agora. Era ele que davaas soluções. Para além das coisas da música, também tínhamos a nosso cargo a administração da clube. Tomávamos conta daquilo. Até há pouco mais de dez anos foi muito difícil gerir tudo aquilo. Não tínhamos dinheiro para o fazer e trabalhávamos com muita dificuldade. Depois a coisa foi começando a melhorar, passou a haver subsídios de vários lados, com outra direcção já sem nós.»

Bemardo Sassetti - «Era um bom amigo. Foi uma pessoa que sempre me acompanhou e tinha um carisma especial e uma vontade de estar com os músicos e partilhar connosco as Suas aventuras. Foi um pioneiro do jazz em Portugal, com uma força enorme e que sempre me disse que gostava muito de tocar piano. Não éramos amigos muito íntimos, mas tínhamos uma relação especial. Era uma força da natureza a contar histórias. Isso aproximou-me muito do mundo do jazz, numa altura em que eu tinha 16, 17, 18 anos. O Luís Villas-Boas era único em Portugal, pela sua graça e a forma como contava as histórias. Foi uma grande perda.»

João Braga - «O jazz em Portugal é uma minoria, felizmente a tender cada vez mais para o imenso. Dessa minoria que o jazz era, sobretudo há 20 ou 30 anos, o Luís Villas-Boas era a sua maior fatia. Foi o fundador do Hot Clube. Estou particularmente ligado a ele, porque no Verão de 71 decidimos trazer a Portugal o Newporl Jazz Festival. Isso acabou por acontecer no mês de Novembro. A imagem que guardo dele é a de um homem imensamente feliz, em estado de graça. Ele conseguiu reunir em Portugal nomes que só em sonhos: Miles Davis, Dizzy Gillespie, Thelonious Monk, Art Blakey, Sonny Stitt, Phil Woods, Keith Jarrett. Era um tipo com um sentido de humor extraordinário, que não desarmava com facilidade. Quando esteve como produtor na Philips produziu dois ou três discos meus. Estar com ele em estúdio era uma sensação miito boa. Recordo-me que ele pedia para eu cantar o fado com mais swing. A sua casa era ele mergulhado numa pilha de discos. Era único no seu género.»

Paulo Gil - «Foi através da minha mãe que conheci o Luís Villas-Boas e soube da éxistência do Hot Clube, naquela altura na Avenida Duque de Loulé. Ainda era menor quando o conheci. Ele foi para mim uma espécie de segundo pai, no sentido de me ensinar a ouvir jazz. Cresci na companhia do Luís Villas-Boas. Ele foi muito importante em vários aspectos. Se não fosse o programa dele no Rádio Clube Português muita gente não teria vindo ao jazz. Se o jazz em Portugal pudesse ter um pai seria o Luis Villas-Boas. Vai ser difícil encontrar gente como ele».

José Nuno Martins - «Convivi, trabalhei e aprendi com ele muita coisa. Era uma referência da sociedade de Lisboa dos anos 50 e 60. A partir da década de 70 partilhámos a euforia da televisão. Ele elegia-se como um condutor de grupos, um lider, um orientador estético, muito fraterno mas também paternal. O Luis sabia articular padrões de exigência com registos de tolerância e uma bonomia permanente e contagiante. Era uma pessoa muito inteligente e culta, com uma força fisica impressionante e um defensor do bom gosto e do convívio. Ele previa e amava o futuro, agarrando-o com um sentido de ruptura em relação às regras estabelecidas. Uma vez foi preso por andar com uma camisa havaiaria fora das calças. Depois voltou a sê-lo por defender o Charlie Haden, que havia feito uma declaração em favor da defesa das ex-colónias. Não se gabava de si próprio mas tinha histórias que fizeram dele um mito. É uma referência nas questões do bom gosto na sociedade portuguesa.»

Rui Neves - «É bom que a doença dele sirva para alertar o cidadão desse factor. Esta é também uma boa altura para falar nele, coisa que já não acontecia há algum tempo, como se ele estivesse num limbo. É uma perfeita maneira para se reflectir o que tem sido o estado do jazz no nosso país. Foi ele o primeiro a trazer o jazz para Portugal, fez o primeiro clube de jazz e o primeiro programa de rádio do género, para além dos concertos. Por isso digo que ele foi um criador de gostos, trazendo os criadores que eram vivos na altura, como o Duke Ellington. Era uma pessoa muito impulsiva e critativa. Foi sindicalista, mas numa dimensão que não o fazia aIinhar com a tendência política dominante. Tinha a postura do guerreiro, do lutador. Aprendemos todos com ele.»

José Duarte - «O Luís Villas--Boas foi uma personalidade que eu muito apreciei. Gostava muito dele. Não nos falávamos desde 1977,mas tive a oportunidade de organizar para ele as duas últimas homenagens que lhe foram feitas: o concerto com músicos portugueses para a Associação dos Doentes de Alzheimer e o documentârio que passou recentemente no "Artes e Letras" da RTP2, a propósito do cinquentenário do Hot Clube de Portugal. Era um homem que sabia muito do jazz por dentro e por fora. Era muito admirado e querido pelos músicos de jazz portugueses e estrangeiros, uma figura muito popular no mundo internacional do jazz. Em Portugal ninguém conhecia o mundo do jazz como ele. Faz falta ao jazz.»

Carlos Barreto - «Foi graças a ele que começou a haver jazz, nos festivais de Cascais, em 1971. Tinha 15 anos e foi lá que fiquei impressionado com os contrabaixistas e que me fez escolher esse instrumento. Foi tudo culpa do Villas-Boas. Era uma pessoa com uma boa disposição, um sentido de humor e um conhecimento da vida e das pessoas incrível. Estava à vontade em qualquer ambiente e era sempre ele que punha as pessoas bem dispostas. Foi uma grande perda.»

Jorge Lima Barreto - «O VilIas-Boas foi o primeiro a trazer aqui o Ornette Coleman e o Cecil Taylor, que representavam e representam a vanguarda do jazz. Ele não pode ser conotado com a circunstância de ser apenas um divulgador do jazz clássico, pois estava em Nova lorque na altura do nascimento do be bop. Era um amigo e honrou-me com o prefácio do meu livro "Jazzband". Também me convidou para o Festival de Jazz de Cascais em 1974.»

Mário Laginha - «Ele foi o mais importante impulsionador do jazz em Portugal, numa época em que era muito mais difícil fazê-Io. Eu era pequeno e ainda não pensava em ser músico, já ele se dedicava ao jazz. De forma desinteressada e apaixonada. Acho que nunca ganhou nada com os concertos. O Cascais Jazz ficará para a história da música de Portugal neste século como o único pulmão de uma música que era quase um sinal de liberdade.»

Pedro Abrunhosa - «A música portuguesa fIca a perder. Foi um homem que durante a ditadura fascista conseguiu implantar um evento cultural que foi uma das grandes conquistas pré-25 de Abril. Para além de um evento musical, era um pólo de resistência cultural. Era um ponto de encontro para toda a gente. Era o único sítio onde se podia ouvir música fora das manifestações do regime.»

Maria João - «Luís Villas-Boas era a pessoa mais importapte do jazz em Portugal. Ele tinha um grande amor por aquela música, sem intuitos lucrativos. A mim ajudou-me com o seu entusiasmo e sempre me tratou muito bem. Acreditou em mim e deu-me trabalho, e assim pude dedicar-me inteiramente à música que eu amava. Ele fez muita coisa por mim e infelizmente nem "sequer vou poder ir ao funeral dele.»

António Guterres (em mensagem de condolências ontem enviada à familia do musicólogo) - «O maior legado que Luís Villas-Boas deixa é ter inspirado e ajudado a consolidar a nova geração de músicos portugueses de jazz. Foi com muita tristeza que tive conhecimento da morte do fundador do Hot Clube, uma figura indissoluvelmente ligada à história do jazz em Portugal. Foi em grande parte devido ao seu vibrante entusiasmo que essa forma de expressão musical surgiu no nosso País e que o jazz feito em Portugal e por portugueses se projectou além fronteiras.»

25 de março de 2006

Downbeat - Abril 2006

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Quarenta anos depois, o jazz está de volta à televisão norte-americana e a revista Downbeat dedica a sua edição de Abril ao apresentador de "Legends Of Jazz": o pianista Ramsey Lewis.

O programa vai para o ar em Abril, a nível nacional, na estação televisiva PBS, com uma emissão experimental de 13 episódios.

A resposta é sim!

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Alguns leitores têm-nos escrito a perguntar se ainda temos para venda, a preço especial (20 euros), exemplares do livro "Duarte Mendonça: 30 anos de Jazz em Portugal".

A resposta é sim, mas já só restam 5.

A quem ainda não conhece esta obra que tivemos o privilégio de realizar, diremos que são 350 páginas ilustradas com mais de 300 fotografias relativas aos grandes festivais de jazz (Cascais Jazz, Jazz Num Dia de Verão, Estoril Jazz) e aos concertos emblemáticos (Bill Evans, Art Blakey, Stan Getz, Dexter Gordon, etc.) que preencheram 30 anos de Democracia... que foram também 30 anos de democratização do jazz entre nós.

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[Rão Kyao - Cascais Jazz 1977]

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[Chet Baker - Cascais Jazz 1980]

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[Betty Carter - Estoril Jazz 1996]

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[Charles Mingus - Cascais Jazz - 1975]

Os interessados em adquirir esta obra devem escrever para o email: joaomoreirasantos@gmail.com

Jacinta hoje ao vivo na FNAC Chiado

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Jacinta actua hoje pelas 18h00 na FNAC do Chiado, no âmbito do lançamento do seu novo disco: Day Dream.

Este registo baseia-se num repertório de Duke Ellington, Thelonious Monk, Cole Porter e, pela primeira vez em disco, temas em português, de José Afonso ("Canção de Embalar"), Tom Jobim ("Luiza"), Djavan ("Jogral").

24 de março de 2006

4.ª Festa do Jazz do São Luiz

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É já para a semana, de 31 de Março a 2 de Abril, que tem lugar este importante evento no panorama do jazz em Portugal.

Em Abril no Hot Club

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22 de março de 2006

A universidade foi ao Hot Club

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Um grupo de alunos do ISCEM foi ontem ao Hot Club em missão de estudo.

O objectivo era compreender o que é um clube de jazz e o que se lá passa, visando assim obter informação para um trabalho prático de que já aqui falámos em post anterior.

A ocasião não podia ser melhor já que puderam assistir ao que é uma jam-session. Quando um casal de músicos brasileiros, ele baterista, ela pianista, desejaram tocar, o nosso amigo Dr. Barros Veloso logo se voluntariou para assumir o contrabaixo, trocando-o pelo piano que costuma ser seu todas as noites de 3.ª feira.

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E assim se ouviu um pouco de bossa.

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De regresso ao piano, oportunidade para ensaiar algums temas com Lena d'Água: "Moonlight in Vermont" e "Dindi".

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Jazz...

21 de março de 2006

Um disco para duas gerações

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Já aqui revelámos em primeira mão a vida a Portugal de Paul Anka, que estará no Casino Estoril a 5 de Maio.

Paul Anka vem acompanhado de orquestra e preparado para interpretar o repertório do seu mais recente CD: Rock Swings.

Vamos, pois, ver do que trata este disco.

Basicamente é um disco com muito (muito mesmo) swing, desde o primeiro ao último tema, com reminiscências de um approach à Sinatra.

Mas o mais original é o facto de Paul Anka ter recorrido a um repertório constituído por grandes êxitos do rock/pop dos anos 80/90. É assim que aqui encontramos canções como "It's my life" (Bon Jovi), "Jump" (Van Halen), "Smells like Teen Spirit" (Nirvana) e "Wonderwall" (Oasis).

Paul Anka justifica muito simplesmente a escolha deste repertório, palavras que para nós fazem todo o sentido: "These songs are the standards of tomorrow for a large demographic of people".

Na verdade, este é um disco para pelo menos duas gerações. A que cresceu com o jazz e o swing e a que evoluíu com o rock. Por outras palavras, pode ser uma excelente porta de entrada da geração rock no universo do jazz, assim como também pode eliminar certa desconfiaça da geração jazz relativamente à qualidade de certos temas ro rock e da pop.

De todo o disco, impressionam sobretudo temas como "Eye of the tiger", "Black hole sun" (Soundgarden), "Hello" (Lionel Richie) e "Tears in Heaven" (Eric Clapton), onde Paul Anka se exprime melhor e consegue realmente trazer nova vida aos velhos standards do rock/pop.

É um disco absolutamente recomendável, disso não tenho qualquer dúvida, e que se ouve e ouve e ouve logo após a primeira audição. Nunca swing e rock casaram, porventura, tão bem.

Só é pena que este CD tenha passado ao lado das rádios portuguesas, pois estamos certos de que não deixaria de ter impacto, tal como tenho avaliado por vários amigos que nunca tendo ouvido swing aderiram de imediato a este registo...

Temas:

1. It's My Life
2. True
3. Eye Of The Tiger
4. Everybody Hurts
5. Wonderwall
6. Blackhole Sun
7. It's A Sin
8. Jump
9. Smells Like Teen Spirit
10. Hello
11. Eyes Without A Face
12. Lovecats
13. The Way You Make Me Feel
14. Tears In Heaven

19 de março de 2006

JNPDI! agora em rádio

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Lançamos hoje aqui no JNPDI! a versão radiofónica deste blog.

Para ouvir Jazz 24 horas por dia, 7 dias por semana, basta clickar no logotipo do Cotonete, na barra lateral direita.

Por aqui passam a partir de agora os clássicos do Jazz, os êxitos do swing, as várias correntes do "som da surpresa", os Blues e também as novidades discográficas.

Stay tuned!

Fotobiografia de José Duarte

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Aproveitando as comemorações dos 40 anos do programa "5 minutos de jazz", o Diário de Notícias publicou na passada 4.ª feira um pequeno livro que se assume basicamente como uma fotobiografia de José Duarte, carismático crítico de jazz.

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Em cerca de 70 páginas é-nos proposto o convívio com José Duarte, acompanhando o seu percurso na rádio e o contacto com vários jazzmen, desde Louis Armstrong a Maria Schneider.

Esta publicação vem culminar um conjunto de 4 CDs com música seleccionada pelo próprio e que o DN publicou ao longo de quatro semanas.

17 de março de 2006

Em Torres Vedras o "Jazz vai à escola"

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Começou no passado dia 7 de Março o projecto "O Jazz vai à Escola", desenvolvido pela Escola de Jazz de Torres Vedras em parceria com a Câmara Municipal da cidade.

Durante 34 sessões didácticas um grupo de professores da Escola de Jazz de Torres Vedras vai ensinar a 5000 crianças do concelho o que é o Jazz, como funciona um grupo, como comunicam musicalmente os músicos, como nasceu o Jazz, quem foram os seus grandes intérpretes (Charlie Parker, Ornette Coleman, etc...) e o que é o racismo (e quem foi Martin Luther King).

Este é em nosso entender o tipo de iniciativas em que as autarquias devem apostar, não se limitando aos festivais. Há que criar público, usar o jazz como linguagem de integração social, racial e cultural e formar novos músicos. Por isso, especialmente para as autarquias interessadas em fazer benchmarking com este projecto aqui fica o endereço na internet: www.ojazzvaiaescola.com

Parabéns ao José Menezes, que tem dinamizado o jazz na região do Oeste. Bem precisamos de mais agentes culturais como ele...

16 de março de 2006

Pat Martino celebra Wes Montgomery

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O guitarrista Pat Martino lança em Abril um disco de homenagem a esse expoente máximo de guitarra jazz que foi Wes Montgomery: Remember ? A Tribute To Wes Montgomery.

Segue-se uma digressão pelos EUA e que pode, ao que apurámos, passar por Lisboa.

Com ele tocam o pianista David Kikoski (quem não se lembra da sua loucura genial no Estoril Jazz de 2001?!), o contrabaixista John Patitucci, o baterista Scott Allan Robinson e o percussionista Danny Sadownick.

15 de março de 2006

Meia hora de jazz televisiva

Tivemos hoje oportunidade de participar no programa "Entre Nós", produzido pela Universidade Aberta e emitido diariamente de 2ª a 6ª feira na RTP África e na RTP Internacional e na Dois (de 2ª a 6ª feira às 15h 30).

Foram cerca de 30 minutos sobre a história do jazz em Portugal, o livro "Duarte Mendonça: 30 anos de Jazz em Portugal" e outros assuntos conexos.

Aqui deixamos um agradecimento à equipa que tão gentilmente nos acolheu especialmente ao produtor, Vitor Almeida, e à apresentadora do programa, Raquel Santos.

Assim que soubermos a data da emissão deste pequeno apontamento aqui daremos a devida informação.

Aproveitamos a oportunidade para divulgar um pouco o âmbito deste programa cultural:


Desde Maio de 2001, as equipas do Entre Nós têm divulgado a obra de escritores, historiadores, artistas plásticos, médicos, jornalistas, músicos, compositores, fadistas, cientistas, etc., mostraram museus, monumentos e peças de teatro, visitaram exposições e ateliers de diversos artistas eruditos e populares, numa tentativa de dar a conhecer ao mundo um pouco do nosso património artístico e cultural.

Desde Janeiro de 2004, igualmente ao abrigo de um protocolo celebrado com a RTP, este programa pode também ser visto no novo canal A Dois (de 2ª a 6ª feira às 15h 30).

A Universidade Aberta cumpre assim um dos seus objectivos: a promoção e difusão da Língua e Cultura Portuguesas.

14 de março de 2006

Pastorius, o pai do baixo moderno

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A revista JazzTimes de Abril dedica a sua capa a Jaco Pastorius (que estamos a ouvir em música de fundo), músico que está para o baixo eléctrico como Jimmy Blanton esteve para o contrabaixo. Isto é, resgatou-o do seu papel basicamente rítmico para lhe conferir também voz de solista.

Juntamente com Stanley Clarke, Pastorius foi o baixista eléctrico que mais impacto causou neste instrumento, ampliando o seu papel e indo beber a músicos como Charlie Parker a linguagem que mais tarde adoptaria para os solos, imbuídos de uma sonoridade que jamais antes tinha sido experimentada por outro baixista eléctrico. Neste sentido pode claramente dizer-se que neste instrumento há o antes e o depois de Pastorius.

Figura chave dos Weather Report, grupo com o qual gravou várias CDs emblemáticos, juntamente com Joe Zawinul e Wayne Shorter, entre outros, viria a fundar a sua própria orquestra - a inovadora Word of Mouth. É precisamente este projecto que a JazzTimes vem agora, e bem, evocar.

Nascido em 1951, Pastorius emergiu na cena musical em 1976, com o album Jaco Pastorius, o qual desde logo causou sensação pelo virtuosismo que o músico demonstrava e também pela sua sonoridade e amplitude de intervalos usados nas suas linhas rítmicas e melódicas.

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Porém, desde 1974 que Pastorius vinha fazendo equipa com outro músico em ascensão no domínio da fusão do jazz com o rock - Pat Metheny - com o qual gravaria em 1976 (juntamente com o baterista Bob Moses) um dos mais espantosos e belos discos de guitarra, baixo e bateria: Bright Size Life.

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Afectado por problemas mentais agravados pela dependência de drogas e alcoól, viria a tornar-se um pária, deambulando pelas ruas de Fort Laudedale (Florida), onde viria a morrer em 1987, vítima de espancamento quando tentava entrar num clube nocturno.

Sobre a sua vida e obra escreveu Bill Milkowski, em 1995, "Jaco: The Extraordinary and the Tragic Life of Jaco Pastorius, "the World's Greatest Bass Player", livro recentemente reeditado (Out. 2005).

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Sem Jaco Pastorius o baixo eléctrico não seria hoje o que é e a música teria também ficado mais pobre. Este é, porém, um músico ainda subvalorizado no domínio do jazz e a sua obra como compositor está por estudar com mais pormenors.

13 de março de 2006

Paula Anka vem a Portugal

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Está confirmada a actuação de Paul Anka no Casino Estoril, a 5 de Maio.

É a primeira vez que o autor da célebre "Diane" e de "My Way" (tema popularizado por Frank Sinatra) canta em Portugal, mas desta vez traz um album cheio de swing na sua bagagem musical - Rock Swings - do qual aqui falaremos brevemente e que aconselhamos vivamente aos nossos leitores.

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11 de março de 2006

Família Marsalis hoje na RTP2

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Hoje às 00h45 a RTP2 passa a primeira sessão de «THE MARSALIS FAMILY - A JAZZ CELEBRATION», jazz ao vivo com músicos da mesma família, num tributo musical ao patriarca, o pianista Ellis Marsalis.

Quatro dos seis filhos de Ellis e da sua mulher, Delores, viriam a ser grandes músicos de jazz: Branford (saxofones), Delfeayo (trombone, que ainda este ano vem tocar a Portugal), Jason (bateria) e Wynton (trompete).

Gravado na sua terra natal, New Orleans em 2001, este concerto histórico mostra o talento dos músicos Marsalis em palco, acompanhados por Roland Guerin no contrabaixo, e com os convidados especiais Harry Connick, Jr. no piano e Lucien Barbarin no trombone.


Temas interpretados:


- The Surrey with the Fringe on Top
- After
- Sultry Serenade
- Cain and Abel
- Caravan (com Harry Connick Jr.)
- Saint James Infirmary (com Harry Connick Jr. e Lucien Barbarin)
- Limehouse Blues
- Swinging at the Haven
- Nostalgic Impressions
- Struttin' with Some Barbecue
- Twelve's It
- The Party's Over

10 de março de 2006

Veja os grandes solos de trompete

JNPDI! traz hoje ao seu conhecimento um site onde pode ouvir alguns dos grandes solos de trompete ao mesmo tempo que segue a sua notação na pauta musical, facilitando a compreensão dos mesmos e vendo-os (literalmente) de uma nova perspectiva.

Mesmo quem não tenha grandes conhecimentos de música, desde que saiba acompanhar os compassos (sabendo que o 2.º e o 4.º tempo são marcados pelo prato de choques) consegue compreender em que parte do solo cada músico se encontra.

Não podemos seleccionar naturalmente todos, mas deixamos aqui alguns que nos parecem mais revelantes e também fáceis de seguir (com algums excepções...).

Chamamos a atenção dos leitores mais leigos para que não esperem que o que está no papel (neste caso, ecran) corresponda exactamente ao que está a ser tocado em termos de notação rítmica, isto porque como é sabido o swing consegue-se quando os músicos tocam sem estar, ao contrário dos clássicos, colados ao tempo. Quer isto dizer que há sempre um ligeiro atraso em relação ao que está escrito e que existem nuances rítmicas que as pautas não conseguem exprimir.

Vamos então organizar a nossa audição por discos, bastando clickar nos links para ouvir e ver o solo. Por limitações do site de origem só são audíveis cerca de 30 segundos de música, pelo que na maior parte dos casos o que se ouve termina antes do que está escrito.

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Temos de começar, claro, pelo clássico e antológico solo de Miles Davis em "So What".

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Miles Davis - "Summertime"

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Clifford Brown em "Joyspring".


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Chet Baker em "Fair Weather".

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Chet Baker em "Summertime".

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Chet Baker, ainda, em "How deep is the ocean".

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Dizzy Gillespie em "Pickin' The Cabbage".

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Fats Navarro em "Eb Pob".

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Freddie Hubbard em "There Will Never Be Another You"

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Freddie Hubbard - "Watermelon Man"

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Freddie Hubbard - "Society Red"

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Lee Morgan - "Blue Train"

Lee Morgan - "I'm Old Fashioned"

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Lee Morgan - "Moanin'" (um bom tema, excelente solo, com efeitos...)

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Louis Armstrong - "Wild Man Blues"

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Nat Adderley - "Work Song"

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Nicholas Payton - "Fingerpainting"

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Roy Hargrove - "Straight, No Chaser"

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Dave Douglas - "Blue Heaven"

Claro que faltam aqui solos essenciais, mas tivemos de "jogar" com o que está disponível neste site.


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